Lula revela intenção de falar com Trump sobre a COP: ‘Quero saber o que ele pensa das questões climáticas’

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (5) que pretende telefonar para o ex-presidente norte-americano Donald Trump com o objetivo de convidá-lo para participar da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em 2025, em Belém, no estado do Pará.

A declaração foi feita durante um evento oficial no Palácio do Planalto, onde Lula abordou temas relacionados ao meio ambiente e à relevância da conferência climática para o Brasil e para o mundo. Segundo ele, o convite tem como motivação um interesse direto em compreender as opiniões do político republicano sobre as mudanças climáticas e o papel dos Estados Unidos na governança ambiental global.

“Gostaria de telefonar para Trump para convidá-lo diretamente para a COP. Desejo compreender sua opinião sobre os temas climáticos”, declarou Lula, destacando sua vontade de expandir a conversa com várias correntes políticas globais, incluindo aquelas que tradicionalmente têm mostrado ceticismo em relação à ciência do clima.

A ação acontece no contexto do período eleitoral presidencial nos Estados Unidos, onde Trump tenta voltar à Casa Branca nas eleições de novembro de 2024. Famoso por suas políticas ambientais polêmicas, o ex-presidente retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris durante seu mandato, decisão que foi revertida mais tarde pelo seu sucessor, Joe Biden.

Mesmo diante das divergências ideológicas, Lula enfatizou que o combate à crise climática deve ultrapassar fronteiras políticas e ideológicas. “É fundamental que todos os líderes mundiais estejam comprometidos com o futuro do planeta. Não importa se são de direita ou esquerda. O clima não escolhe lado, ele atinge a todos”, destacou o presidente brasileiro.

A COP30 está programada para llevarse a cabo del 10 al 21 de noviembre de 2025, en Belém. La selección de la capital de Pará como sede del evento constituye un hito, siendo la primera ocasión en que la conferencia se efectuará en la región amazónica. El gobierno brasileño ha resaltado la importancia simbólica y estratégica de esta decisión, buscando fortalecer el protagonismo de Brasil en la agenda climática y en los esfuerzos de conservación de la selva.

Ao longo dos últimos meses, o governo federal tem intensificado os preparativos para o evento, incluindo obras de infraestrutura em Belém e ações de diplomacia ambiental. A expectativa é de que chefes de Estado de dezenas de países estejam presentes na conferência, além de representantes da sociedade civil, cientistas e organizações internacionais.

Durante o mesmo evento no Palácio do Planalto, Lula também criticou a negação das mudanças climáticas e o que definiu como “irresponsabilidade histórica” de líderes que subestimam os efeitos devastadores da destruição ambiental. “Nós sabemos quem causou danos ao planeta. Os países ricos têm uma responsabilidade histórica. Contudo, não podemos usar isso como pretexto para não fazermos a nossa parte. É necessário agir agora”, afirmou.

O presidente reafirmou também o compromisso do Brasil em atingir desmatamento zero na Amazônia até 2030, bem como em uma transição energética que assegure desenvolvimento sustentável. Ele destacou que sediar a COP na Amazônia é uma oportunidade singular para que o mundo veja de perto os desafios e a importância da floresta para o equilíbrio climático do planeta.

A menção direta a Donald Trump como potencial convidado causou surpresa entre aliados e analistas políticos, mas é vista como parte da estratégia de Lula para posicionar o Brasil como um articulador global no debate climático, buscando inclusive envolver atores tradicionalmente alheios ao tema ambiental.

Com o convite, Lula deseja avaliar como Trump se posiciona sobre a questão climática frente a uma potencial nova administração republicana. Para o governo do Brasil, a participação do ex-presidente dos Estados Unidos, seja na qualidade de convidado especial ou como possível governante eleito, pode influenciar consideravelmente a visão mundial sobre a COP30.

Ainda não há confirmação oficial se a ligação foi ou será realizada, nem se houve resposta por parte de Trump. No entanto, a sinalização de Lula já movimenta os bastidores diplomáticos e indica que o Brasil pretende transformar a próxima conferência climática em um espaço de diálogo global amplo, mesmo entre figuras com visões opostas.

Por Pedro A. Silva

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